AFINAL, AMIGA TAMBÉM É PRA ESSAS COISAS!!!

Como vocês sabem, minha amiga Mary Dutra é botafoguense. De carteirinha, camisa e bandeira. Sempre assistimos aos jogos na casa dela. Dessa vez, os planos mudaram em cima da hora. Próximo de começar o jogo, Mary me interfona e avisa que vamos assistir à partida na casa de Júnior, namorado de Ana Luíza, filha de Mary. E lá fomos nós. E a bandeira do Botafogo também.

Mary torceu pelo seu time, é claro, mas também torceu para o Resende fazer pelo menos um gol e ter um bom desempenho na partida. E eu sei o que ela estava sentindo, pois também me senti assim quando o Resende jogou contra o meu time e venceu por 3 a 1, tirando do Flamengo a chance de conquistar a Taça Guanabara.

E lá estávamos nós, torcendo pelo Botafogo de Mary Dutra, Laís Amaral, Luís Fernando e Ney. E pelo Resende Futebol Clube, que virou segundo time dos flamenguistas, tricolores, vascaínos e até de muitos botafoguenses que nasceram ou que vivem há muito tempo em Resende.

Bobeira da defesa do Resende e pumba! Gol do Botafogo. O time do Resende não acertava passe, não tinha finalização. E o que não faltou foi trabalho para Cléber, que deu um show no gol. Mas, como goleiro não joga sozinho e não pode fazer milagre, aos sete minutos do segundo tempo veio o segundo gol. E a esperança do Resende conquistar a Taça Guanabara foi embora. Em meio a tantos passes errados do Resende e mais uma bobeira da defesa, aos 41 minutos, Maicosuel (que nome, hein?) faz o terceiro gol.

Assim que acabou o jogo, eu e Mary nos despedimos. E, adivinhem! Lá fui carregando a bandeira do Botafogo!!!! Bandeira do lado de fora do carro e Mary Dutra buzinando. Aí, pouco tempo depois, comentando sobre o jogo e sobre a atuação do Resende, eu disse pra ela:
- Mary, não me sinto bem carregando essa bandeira. Estou triste pelo Resende.
Como uma amiga compreensiva e simpatizante do time da cidade onde vive há 10 anos, Mary concordou.
- Te entendo amiga. Tudo bem, recolhe a bandeira.
E eu recolhi a bandeira, aliviada..rs. Até chegarmos à Beira-Rio, já próximo de nosso prédio, e avistarmos um carro com uma enorme bandeira do Botafogo e o hino do time a todo volume. Foi o suficiente para minha amiga enlouquecer.
- Adoro isso! Vou seguir esse carro.

E seguiu! Totalmente eufórica Mary buzinava, e cantava o hino, e ria, e não se cansava de dizer “adoro isso!”. Uma carreata de dois carros!!! E fomos nós, seguindo o carro branco. E eu, novamente com a bandeira para o lado de fora...O carro da frente ia à dez quilômetros por hora, e nós atrás. Até que na ponte do shopping, surge um motociclista com a camisa do Botafogo e começa a buzinar, ficando ao lado do carro branco. E nós atrás. De repente, mais três carros com bandeiras do Botafogo surgiram atrás de nós.

Agora era uma carreata de cinco carros e uma moto! E fomos parar no bairro Manejo. O carro da frente parou em frente a um bar, onde estavam alguns torcedores do Alvinegro carioca. Paramos atrás. O motorista desceu, abriu o porta-mala e o som do hino do botafogo ecoou por Resende! Os torcedores se aproximaram do carro, festejando o título. Então foi sorriso, tchau, ré, primeira, e assim seguimos rumo ao sossego e à tranqüilidade do nosso lar-doce-lar, pois moramos no mesmo prédio.

Bem, durante o trajeto de volta ao lar continuei com a bandeira do botafogo para o lado de fora. E ela continuou buzinando. E a cada carro botafoguense que cruzava nosso caminho as buzinas disparavam, em cumprimentos frenéticos de saudações botafoguenses. Quando finalmente alcançamos a portaria do prédio, recolhi a bandeira.

É a segunda vez que me vejo empunhando uma bandeira do Botafogo. E é a segunda vez que me pego pensando, meio que espantada: quem diria!!! Mas vale a pena: ver minha amiga feliz, com os olhos brilhando e alegria no coração e na alma, é tudo. A vida é feita de momentos. Participar da alegria dos amigos é um momento único. E nós estamos sempre juntas, nos bons e nos maus momentos de nossas vidas. Seguramos a barra de uma separação, de um problema com nossas filhas, de um problema de saúde nosso, de nossas filhas ou de um parente próximo, da perda de um ente querido, do cansaço do dia-a-dia, de um estresse no trabalho...Por que não segurar a bandeira do time do coração da melhor amiga? Afinal, amiga também é pra essas coisas!!! Rsrsrs...