quarta-feira, 2 de abril de 2008

FLAVIA, A SERVA NEGRA...UMA HISTÓRIA DE AMOR...

Ela era serva de Jesus. Com mais de 30 anos, dois empregos, e sozinha, a serva orava a Deus em busca de um homem íntegro, honesto e trabalhador, para ser seu marido e pai de seus filhos. No dia 10 de outubro de 2007, saiu de São Paulo, onde morava, para ir a Pedro do Rio, distrito de Petrópolis, cidade do Rio de Janeiro. A distância era grande, mas era um encontro de fim de semana da Igreja Maranata e era lá que ela conheceria o servo que Deus havia preparado para ela.
O servo estava nervoso com a viagem. Não gostava de “pegar estrada”, muito menos com chuva. E era um fim de semana chuvoso. Naquela mesma sexta-feira, o servo enviou e-mail à ex-mulher, com quem continuava mantendo relações de contato, inclusive sexuais, pedindo que orasse por ele, pois iria viajar às 16 horas. De fato, dois dias antes, após transar com a ex-mulher, ele confessou que estava apreensivo com a viagem. Sairia de outra cidade, do interior do Rio de Janeiro.
Em Pedro do Rio os dois se encontraram. Conversaram. Ele tocou violão para ela. Combinaram de continuar se falando. Por telefone, e-mail, msn ou qualquer outro meio de comunicação. No domingo, se despediram. Ela para São Paulo, ele para Resende.
Ao chegar a Resende, imediatamente o servo ligou para a ex-mulher. No dia seguinte, na casa da ex-mulher, ele contou como foi o fim de semana de orações e reflexões espirituais. Ela então perguntou se ele havia conhecido alguém. Ele respondeu que havia conhecido uma serva de São Paulo, muito interessante e que tinha dois empregos.
- Que bom que você conheceu. Será que é ela? Bem, dois empregos é um bom sinal. Já dá pra sustentar a família.
- Você não tem jeito. Eu quero você. Você será minha esposa.
Ela riu. Conhecia bem aquele homem e do que ele era capaz. Ela era a terceira ex-companheira dele. O tempo foi passando e eles continuavam a se ver. Encontravam-se pelo menos três vezes por semana. Transavam. Ele, vira e mexe, sugeria uma volta. Dizia que queria fazer da ex-companheira sua esposa de verdade, pois nunca havia se casado e, de acordo com a doutrina da igreja, ele estava em pecado.
Pela doutrina, só é permitido o sexo quando o casal é casado de fato. Não era o caso deles, que viveram juntos por quase três anos. Com o agravante que ele ainda havia traído sua ex-companheira depois de um ano e pouco vivendo juntos e após freqüentar a igreja.
O passado dele era revelador. Já havia traído as duas ex-companheiras. A penúltima, com quem viveu por 15 anos, foi traída nos últimos 12 anos. Sofreu todas as humilhações que uma traição pode trazer. E foram muitas ao longo de todos os anos.
A traição em questão, com a última ex, aconteceu horas depois de fazerem amor por mais de quatro horas e após ele ler para ela um trecho da Bíblia, em lágrimas, confessando seu amor. E por amor, ela o perdoou.
Enquanto mantinha uma relação com a ex, continuava a manter contato com a serva de São Paulo. Para a ex-companheira, disse que "a garota de São Paulo" ligava para ele de vez em quando. Tinham ficado colegas.
Ele e a ex iam ao cinema, jantavam ou almoçavam juntos, faziam compras juntos, transavam. Um namoro.
No dia 6 de dezembro de 2007, como de costume, passou na casa da ex-companheira para apanhá-la. Ele sempre fazia isso em dia de show, pois ela sempre o acompanhava. No caminho, foram conversando sobre tudo. Ao estacionar o carro, quando ela se preparava para abrir a porta e descer, ele disse:
- Precisamos conversar. E desta vez uma conversa definitiva. Não agüento mais esta situação. Preciso resolver você dentro de mim.
- Mas conversar o que? A gente sempre conversa. Você quer sempre resolver a situação e nunca resolve.
- Mas desta vez eu preciso. Não estou mais agüentando. Acordo e durmo pensando em você. Não quero mais ficar assim. Não consigo tirar você de dentro de mim.
- Está bem. Quando acabar o show, vamos para minha casa e conversamos.
Assim foi feito. Após o show, os dois foram para a casa dela. Ele pedia para voltarem. Queria que ela fosse sua esposa de verdade e de fato. Ela não aceitou algumas condições que ele impôs. Passava de duas da manhã quando ela disse.
- É melhor você ir embora. Não vamos chegar a um acordo hoje. Amanhã você volta e nós continuamos a conversa, está bem?
Na sexta-feira, dia 7, por volta de 19h30, como combinado, ele chegou. Ela já esperava por ele com o café pronto, como sempre. Ele adorava o café dela. Sentou-se à cadeira e ela no sofá. E a conversa fluía naturalmente. Ela já acreditava que ele realmente havia mudado. De verdade. A Igreja Maranata havia conseguido mudar aquele homem. Passava das 22 horas quando o celular dele tocou. Ela só percebeu porque ele pegou o aparelho, que estava no vibra, e ficou observando. Ela estava falando e interrompeu, esperando que ele atendesse ao chamado. Até que ele resolveu atender.
- Alô. Oi. Tudo bem. Recebi. Não tive tempo de responder. Sei. É. Tá bom. Outro.
Ele falava quase em monossílabos. Ela escutou a voz feminina.
- Era ela?
- Era.
- E o que você não teve tempo de responder?
- Uma mensagem que ela mandou pelo celular hoje.
- Deixa eu entender. Você, durante este tempo todo, continuou falando com ela?
- Continuei.
- E você me disse que ela te ligava de vez em quando, mas que você não estava nem aí pra ela.
- É.
- Então vocês estavam este tempo todo se falando por telefone, por celular, por msn e por e-mail?
- Estávamos.
- E você está me pedindo pra ser sua mulher? Pra casar com você? Você está desde ontem me pedindo pra voltar e casar com você? E este tempo todo que você fala numa volta e no casamento você continuava falando com ela?
- É.
- Então, deixa eu entender mais um pouco. Você está deixando ela em standby. Tipo assim, se eu não aceitar, você fica com ela. Ou vice-versa.
- É por aí. Acho que estou fazendo isso com vocês duas.
- Não. Você estava fazendo. Você vai ficar com ela. Ela não sabe que você atendeu o celular na casa da ex-mulher. Muito menos sabe que você estava aqui pedindo para casar comigo. Na verdade ela não sabe nada de você. Mas eu sei. E achei que você tivesse mudado. Mas não mudou. Está pior do que era. Tenho pena dela. Ela não sabe o que a aguarda. É com ela que você vai ficar. Não vou viver com alguém que só sabe mentir, enganar e trair. Muito menos casar. Foi muito bom ela ter ligado. Se isto não tivesse acontecido, eu iria voltar com você, iria casar com você. Ela me salvou de fazer uma besteira. Deus é muito bom. Por favor, vá embora. Seja feliz com ela.
- Ela é negra.
- Que bom pra você! Você sempre disse que se um dia terminássemos, iria procurar uma negra. Que bom, você encontrou sua serva negra! Deus atendeu seu pedido. Case com ela. Case com sua serva negra e seja feliz. E me deixe ser feliz. Me esqueça, por favor.
E ele foi embora.
No dia 10 de dezembro ele enviou e-mail à ex, reafirmando que queria fazer dela sua esposa. “...Fazer de você minha esposa. Ainda gosto muito de você e penso em você todos os dias e quase todo momento. Pensei muito em ligar, enviar email, mas não tinha forças. Estava com vergonha de mim mesmo, da atitude que tomei, porque sabia que você estava ferida e sofrendo. Eu disse a você que não quero fazer ninguém sofrer mais e que também não quero mais sofrer por ninguém. Quanto a garota de Sampa, não tenho nada com ela. Nunca rolou nada com ela”.
Ela respondeu perguntando se ele havia contado para a serva negra que continuava mantendo relações, inclusive sexuais, com ela e que havia atendido o celular enquanto conversava com ela pedindo para voltar e casarem. E finalizou pedindo para que não a procurasse mais. Dias depois, ele foi a São Paulo, na casa da serva. Foi conhecer a família dela.
Mas ele continuou passando e-mail para a ex. Convidou-a para passarem o Natal juntos. Ela disse que não passaria o Natal com ele, então ele perguntou se poderia ir a casa dela após a meia-noite. Ela disse que não, não havia motivos. Enviou cartão de natal virtual, de Ano-Novo e de aniversário. Ela respondeu a todos com um seco “muito obrigada pela lembrança”. Foram 14 emails após o dia 10 de dezembro. O último e-mail enviado foi no dia 11 de janeiro. Depois desistiu, pois percebeu que não conseguiria mais nada com a ex-companheira. Ela estava decidida a ser feliz de verdade. Não seria com ele. Não poderia ser. Nunca.
A ex se referia à outra como serva negra, porque ele nunca havia citado o nome dela. Se referia a ela como “a garota de Sampa”. Mas agora, com namoro assumido, todos sabem que o nome dela é Flavia. A serva negra tem nome. Flavia.
E assim, Flavia aguarda o momento de desposar o servo que Deus lhe enviou. Mais uma estória de amor com final feliz. E Deus por testemunha.
Moral da história: cuidado com o que você pede. Seu desejo pode se tornar realidade...
Flavia pediu. Aí está. O homem que ela pediu a Deus. Felicidades para o casal.

4 comentários:

Anônimo disse...

E ai como terminou essa história, que tá mis cheirando dor de cotuvelo?!!!!!!!!!!!!!!!!

NICE PINHEIRO disse...

kkkkkkkkkkk..Dor de cotovelo? Pelo visto, você não entendeu bem o que rolou...Digamos que a serva negra libertou uma alma...rsrsrs. Mas, se sua interpretação é "dor de cotovelo" (porque é cotovelo e não cotuvelo), então, que seja. Afinal, cada um interpreta e sente um texto, uma foto, um filme ou uma peça teatral da maneira que lhe convém e com a sensibilidade, inteligência e vivência que possui. Obrigada pela participação e apareça sempre por aqui. Sua presença é sempre bem-vinda.

abs

Nice Pinheiro

Anônimo disse...

Tá, tudo bem COTOVELO,
mas a pergunta não foi essa,
FOI COMO TERMINOU ESSA HISTÓRIA?

Professora como se escreve chifre, é com CH ou X.

NICE PINHEIRO disse...

Como assim? Preste mais atenção ao ler...Claro que se casaram e foram felizes para sempre! E alguém tinha dúvida? E sim, você escreveu corretamente a palavra chifre. É com ch mesmo. Parabéns. Demorou para aparecer...Quase um ano! Obrigada por sua participação. É sempre um prazer ter você por aqui.
abs

Nice Pinheiro