3º CAPÍTULO: EXPECTATIVA, NERVOS À FLOR DA PELE E CANSAÇO...

Sexta-feira, dia 28. Chegando ao teatro, liguei para o Laís. Quem sabe ele conseguiria a escada com a Secretaria de Obras, com o Corpo de Bombeiros ou com a Ampla (Cia de Energia Elétrica)? Enquanto o Laís tentava arrumar a escada ou o andaime, eu ligava para o Major Lobão. Nada feito, não havia escada dessa altura e em V nas dependências da AMAM. Sentei nas poltronas do teatro, fiquei observando a equipe técnica trabalhando, olhei para cima e pensei: como eles trocam essas lâmpadas? Aqui no teatro, nos refeitórios, e em tudo que é canto, o pé direito é quase interminável!!!

Liguei novamente para o Major e coloquei meu pensamento.
- Major, como a equipe de manutenção daqui troca as lâmpadas? Se não tem escada para fazer esse serviço, deve ter um andaime. O senhor pode verificar isso, por favor? Sem o andaime ou uma escada não será possível montar o cenário, a luz, e blá,blá,blá....

Atencioso e prestativo, imediatamente o Major foi verificar e em poucos minutos retornou a ligação para avisar que existia um andaime. E com rodinhas! Deveríamos pegar com o soldado tal em tal lugar (não forcem a memória de uma jovem senhora de 52 anos, por favor...é muito lugar e muito nome para lembrar...rs). Imediatamente liguei para o Laís (que nessa altura dos acontecimentos estava enlouquecido tentando arrumar a tal escada de sete metros em V) para avisar que o problema estava resolvido. Quase resolvido...É que estava rolando a XLIII NAVAMAER, competição que envolve as três escolas das Forças Armadas: Escola Naval, AMAN e Academia da Força Aérea. Cerca de 600 atletas estavam na AMAM, competindo em diversas modalidades esportivas, como o voleibol, o atletismo, a esgrima, a orientação e o pentatlo militar. Isso sem falar nos estudantes de duas universidades que também estavam hospedados lá para realizar pesquisas e não sei mais o que!

Detalhe da AMAM

Era homem para tudo que é lado! E algumas mulheres também...rs. E os soldados e cadetes da instituição estavam, em sua grande maioria, participando do evento como apoio ou competidores. Sentiram o drama? rsrsrs...O tal lugar onde deveríamos pegar o andaime com o soldado tal era distante (para variar). O andaime era desmontável, por isso seria necessário ir até lá com o ônibus que estava à nossa disposição e mais uns dois rapazes para ajudar no transporte do material. Só que a chave do outro tal lugar, onde estava o tal do andaime, estava com outro tal soldado que ninguém conseguia localizar porque a criatura ia pra lá e pra cá, resolvendo coisas da NAVAMAER. A essa altura, o relógio já marcava 10 e pouco. E o tal lugar fecharia às 11 horas e não abriria mais. Pois é. Mais uma corrida contra o tempo.

Finalmente encontraram o tal soldado e conseguimos pegar o andaime com rodinhas. Andaime montado no palco e homens trabalhando incansavelmente. Os trabalhos estavam atrasados. Eu e Xodó saímos para comprar uns materiais para a equipe da cenografia. Voltamos ao teatro e depois saímos para almoçar. O pessoal preferiu ficar e providenciamos “quentinhas” para eles.

O trabalho não podia parar. Todos com adrenalina a mil, nervos à flor da pele e cansados. Muitos outros imprevistos aconteceram, é claro, mas todos “resolvíveis”...rs. Ainda havia muita coisa para providenciar. Fomos ver os camarins e verificar o que ainda faltava. E não podíamos esquecer do lanche e de café, muito café. E naquela sexta, o café era prioridade. Os trabalhos encerraram às duas e meia da matina.

Todos estavam exaustos, mas ainda havia muito a fazer. No sábado, dia 29, chegariam Deborah Colker, João Elias (diretor executivo), bailarinos, assistentes de coreografia, professor, e camareiro. Dia de horas de ensaio e da primeira apresentação. Tudo deveria estar prontíssimo. Por isso, às 8 da manhã de sábado todos já estavam no teatro de novo. Mas, isso é assunto para outro capítulo.....