domingo, 6 de julho de 2008

PIADA OU TRAGÉDIA?..O HOMEM QUER SER DEUS, E EM NOME DE DEUS CRIA DOUTRINAS...

por Nice Pinheiro
Estava lendo esta “piada”, sobre o “pecado de dançar”. Seria cômico se não fosse trágico. Infelizmente o que tenho visto é isso aí mesmo. Nas várias religiões que conheci sempre usam Deus para justificar a lei dos homens. Porque são os homens que interpretam a bíblia.


A Bíblia é uma só. As interpretações são várias. E todas as igrejas e religiões crêem que estão certas.
Por exemplo: para os que são Testemunhas de Jeová, a transfusão de sangue é pecado. Que morram seus filhos, seus pais, seus irmãos. Transfusão de sangue, não! Ainda bem que médicos esclarecidos e conscientes já estão recorrendo à justiça para poderem salvar a vida de parentes de seguidores desta denominação.




Outras denominações não permitem que mulheres pintem o cabelo ou que os cortem, ou que pintem as unhas com esmalte vermelho, ou que usem maquiagem, enfim. A maioria não permite que as mulheres usem calças compridas, nem mesmo durante inverno rigoroso. Ficam as coitadas morrendo de frio.



Todas, ou quase todas, só permitem o sexo após o casamento. Mas só Deus sabe o que fazem antes do casamento...

Todas, ou quase todas, pregam a fidelidade no relacionamento...Ai,ai...Só Deus sabe....

O que percebo é: cada uma com sua doutrina e todas fazendo lavagem cerebral.

As religiões impõem um "pacote" de valores aos fiéis com conceitos básicos de moral e ética e que, na falta de melhor, em alguns casos, realmente ajuda a orientar as pessoas. Mas apresentam uma falha básica: elas afirmam que é preciso ser bom e justo porque Deus assim o quer. Se fizermos a vontade Dele seremos eternamente recompensados, caso contrário sofreremos um castigo eterno.



A verdadeira virtude se baseia no exercício da razão, não na esperança de uma recompensa ou no medo de um castigo, o que em nada difere dos métodos usados por domadores de animais. Se nós entendemos por que é preciso fazer isto ou não podemos fazer aquilo, nossa ética será muito mais forte do que a imposta por dogmas. Pelo contrário, como disse Feuerbach, "quando a moral se baseia na teologia, quando o direito depende da autoridade divina, as coisas mais imorais e injustas podem ser justificadas e impostas".



E por isso acredito, sinceramente, que a maioria das pessoas que eram “do mundo”, como dizem os evangélicos, certamente voltarão “ao mundo” muito pior do que eram, caso abandonem a igreja. Simplesmente porque estas pessoas não conseguem se controlar se não tiverem a igreja e suas doutrinas para “segurá-las”. Mas a essência de todas continua no mesmo lugar. Justamente por isso, grande parte continua a fazer coisas “erradas”, mas às escondidas. Continuam sendo infiéis, mentirosas, imorais, enfim. Longe das vistas dos “irmãos em cristo” e da sociedade.

Todas as religiões fazem isso com as pessoas. Porque cada uma interpreta a bíblia à sua maneira e conveniência, e todas, sem exceção, apresentam um "pacote" de valores aos fiéis, com conceitos básicos de moral e ética e, não contentes com isso, ainda afirmam que quem obedecer o que está escrito na Bíblia e fizer a vontade de Deus será eternamente recompensado, caso contrário, sofrerá castigo eterno.




*A lei básica da ética e da moral foi estabelecida séculos antes de Cristo. Uma de suas versões é a "Lei de ouro" (Confúcio, 500 a.C.): "Façam aos outros o que gostariam que lhes fizessem. Não façam aos outros o que não gostariam que lhes fizessem. Vocês só precisam desta lei. É a base de todo o resto". Outro modo de dizer isto é: não há pecado, não há um deus que premie ou castigue, há consequências. Cada um deve suportar as consequências do que faz.



A idéia de que a moral só é possível através de Deus, é a idéia de que amor e felicidade só podem ser conseguidos em um outro mundo.

As crenças religiosas nos permitem atribuir aos desígnios de uma entidade abstrata e onipotente os problemas que afligem o mundo, tirando-nos, assim, a responsabilidade de resolvê-los. Até mesmo grupos de chimpanzés e gorilas têm suas leis. Sua inteligência, ainda que limitada, lhes permite reconhecer que, sem elas, a convivência não seria possível e o grupo se auto-destruiria. A verdadeira virtude se baseia no exercício da razão, não na esperança de uma recompensa ou no medo de um castigo, o que em nada difere dos métodos usados por domadores de animais.

Alguns podem se perguntar: como seríamos hoje sem ter tido a religião ao longo dos séculos? Uma coisa é certa: milhões de pessoas não teriam morrido na fogueira ou torturadas. Civilizações e suas culturas não teriam sido arrasadas por serem pagãs. A ciência não teria se estagnado por tanto tempo (e mesmo regredido) por medo da fogueira. As mulheres não teriam sido afastadas de uma participação ativa ao lado dos homens nem tratadas como simples reprodutoras, o "vaso imperfeito que recebe o sêmen perfeito do marido".





Aquilo que nos parecem ser as contribuições da religião para o bem-estar e o progresso da sociedade foi, na verdade, obra de indivíduos e organizações bem-intencionados, mais do que o resultado de uma crença religiosa. Somando-se tudo, é possível que o resultado ainda seja mais negativo que positivo. (*Fernando Silva)




Um fanático segue tudo sem questionar e foi essa atitude mental que causou não só guerras religiosas como também as laicas. Um fanático comunista e um cristão têm a mesma forma mental de encarar as coisas. Ambos acreditam num líder infalível ou numa igreja infalível ou ideologia infalível. Deus pode ser infalível, mas sua igreja é dirigida por homens e esses não são.



A religião cria muitos sentimentos de culpa. A pessoa perde a liberdade sexual, vive preocupada em agir direito para ter a recompensa, e também tem muito medo dos castigos e do Inferno. Sendo assim, acho que a religião cria o problema e depois se oferece para eliminá-lo.




A religião ensina a jogar toda esperança em cima de um Deus. Mas não ensina à pessoa os melhores métodos para lidar com as situações.




O ruim de igrejas e sociedades é a clonificaçao do ser humano. Se você só conviver com pessoas que pensam como você, você não quer indivíduos do seu lado. Você quer clones.



Cada religião tem sua maneira de expressar sua diferença. Isso também é comum. Se não houver diferenças então porque você escolheria uma em preferência a outra? E todo país tem uma religião da maioria. E nos países livres, várias outras convivendo. Quando existe uma grande gama de escolhas, de acordo com sua personalidade, você vai escolher.


Nos paises onde não há escolha, fazer o quê. Adere ou morre.

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