quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

AUTENTICIDADE...

por Nice Pinheiro
Autenticidade. Palavra chave. E raridade. Por que raridade? Porque hoje em dia as pessoas estão mais preocupadas em ser o que os outros querem que elas sejam. Simples assim. Triste assim.
Para serem aceitas, respeitadas e queridas, elas se transformam no que nunca foram e nunca serão. Tudo é pura interpretação. Gestos, sorrisos, palavras, pensamentos. Tudo é calculado. Isso agrada, isso não agrada. Tipo assim: não pode gargalhar, não pode ser simpático, não pode cumprimentar com beijinho, não pode falar o que pensa. E por aí vai.
A hipocresia está em alta. A autenticidade está em baixa. A falsidade está in. A honestidade está completamente out. Simples assim. Simples? Seria cômico se não fosse trágico. Alguém já falou isso.
Pois é. O que leva um ser humano, uma pessoa, a se interessar mais pelo pensamento que os outros têm a respeito dela do que o que ela é de fato? Então o que pensamos sobre nós mesmos não interessa? Temos que levar em consideração o que os outros pensam sobre nós e ignorarmos solenemente o que somos de fato? Sorry. Nem pensar.
Adoro gargalhar. Sei onde posso e onde não posso fazer isso. Questão de bom senso e de educação. Nunca pelo "o que os outros vão pensar".
Adoro abraçar. Abraço todo mundo. Principalmente quem gosto. Quem amo então, nem se fala! É abraço apertado. Abraço de saudade, de amo você, de te quero muito, de sinto sua falta. Abraços que são traduzidos pela intensidade com que são sentidos por quem os recebe.
Uma cena veio à minha mente.
Estava eu em Campos Elíseos, bairro de Resende. Meu celular tocou. Quando atendi, era meu - na época - namorado.
- Onde você está?
- Estou em Campos Elíseos.
-Onde?
-Entrando no Centro Empresarial.
-Tudo bem com você?
-Tudo, mas estou com saudades.
E fui caminhando. Quando cheguei na outra saída, dei de cara com ele. E dei um abraço tão apertado, tão, tão, que ele não se conteve.
- Nossa! Que abraço gostoso!
Ele não percebeu que era um abraço "eu te amo!", "eu te quero", "sinto sua falta". Insensibilidade? Talvez. Mas acredito que ele nunca tenha sido abraçado daquele forma. Enfim.
Voltando ao assunto. Gosto de dançar. Se passo na rua, se estou no shopping ou no supermercado e ouço uma música dançante, eu danço. Discretamente, mas danço. Adoro cantar. Canto quando estou indo para o trabalho, em casa, enfim. Canto quando estou em frente ao computador. Em casa ou no trabalho. E danço sentada em frente ao computador também. Em casa ou trabalhando. Se estou feliz, demonstro claramente. E digo o porquê. Gosto de dividir minha felicidade com os outros. Não sou egoísta.
Se gosto de alguém, gosto de verdade. Se não gosto, todos percebem, inclusive a pessoa em questão. Não sei sorrir para quem não gosto. Não bebo com quem não gosto. Não abraço quem não gosto. Mas, como meus pais me deram educação, cumprimento. Bom dia, boa tarde ou boa noite e até logo. Se me perguntam alguma coisa, respondo. E só.
Cumprimento com dois beijinhos. Sou carioca. Sorrio sempre. Sou feliz. O que posso fazer se sou feliz? Fingir que não sou?
Tudo bem. Também faço "bico" se estou irritada, contrariada, qualquer coisa terminada em "ada" ou coisa parecida. Sei fazer uma bela tromba, sem dúvida. Mas, por questão de educação e de sensibilidade, sei onde e quando posso extravasar minha falta de contentamento ou minha contrariedade. Não vou estragar um momento legal para todos só porque sou autêntica! Tudo tem limite. Inclusive a autenticidade. Mas a educação e o bom senso devem estar sempre presentes e, dependendo da situação, temos que colocá-las em primeiro plano. Afinal, roupa suja se lava em casa.
Uma coisa leva à outra. E o que acabei de escrever me lembrou algumas cenas que vi na novela das oito. Que agora é das nove. O que é aquilo? A personagem da Suzana Vieira. Chiquerésima, proprietária de uma universidade, e...barraqueira que dá dó!!!! Gente, fiquei pasma! E pensar que tem tanta gente assim! Coisa triste. Autenticidade? Não. Não para mim. Não no meu ponto de vista. Porque ser autêntica não é ser barraqueira. Tudo tem limite na vida. E barraco, fala sério...Ninguém merece! Eita baixaria...
Voltando... Autenticidade. Ser o que é. De fato. Na alma e no coração. Autenticidade está em falta no mercado.
Precisa-se de pessoas autênticas. Precisa-se de pessoas verdadeiras. Precisa-se de amor. Precisa-se de lealdade. De carinho espontâneo. De solidariedade espontânea. De alegria espontânea. De elogios espontâneos. De beijos e abraços espontâneos. De transparência. De autenticidade!

Um comentário:

Jô Poetisa disse...

Nice, linda! Caraca, cara!rsrs

Nossa! Putz, Ebaaaa, vixi, eita!

Será possível? Quantas coisas em comum nos "ligam".

Sou desse jeitinho também, adoro dançar. Não quero saber se é no supermercado, no carro, sentada no barzinho ou até mesmo no ponto de ônibus...

Não é a toa que me perguntam se realmente sou de V-E-R... D-A-D-E.

Oras, basta enxergar e observar realmente o meu jeito e de que maneira ajo.

Quem possuem sensibilidade e QI, sabe quem é de mentira, força para ser o que não é, e chamar a atenção, certamente quem é de verdade, é natural e normal.

Sou filha da minha mãe, me ensinou não mandar recados e muito menos mostrar alguém que não sou e o que não tenho... Uauauaua.

Doce beijo na alma!