Estou meio que sem direção. Perdida em reflexões sobre a vida. Vida. Segundo Alexander Lowen, "estar cheio de vida é respirar profundamente, mover-se livremente e sentir com intensidade". Até que um ônibus te atropele, às 19h30, de uma terça-feira. E sua vida termina naquele momento. Adeus respiração profunda, movimentos livres e sentimentos itensos...
Poucas coisas me chocam. Uma morte estúpida me choca. Quando recebi a notícia fiquei sem direção:
- Espera Ronaldo, pára. Não sei onde estou. Não sei para onde estou indo. Espera.
Parei. Celular ao ouvido e reconhecimento da área. Secretaria de Educação atrás. Estou indo para a Uniodonto. A conversa prosseguiu. E o dia também. Pensei em minha filha. Pensei na mãe dela. O coração apertou mais ainda. Quem é mãe, sente diferente. Sente como mãe. Eu sinto assim.
- Espera Ronaldo, pára. Não sei onde estou. Não sei para onde estou indo. Espera.
Parei. Celular ao ouvido e reconhecimento da área. Secretaria de Educação atrás. Estou indo para a Uniodonto. A conversa prosseguiu. E o dia também. Pensei em minha filha. Pensei na mãe dela. O coração apertou mais ainda. Quem é mãe, sente diferente. Sente como mãe. Eu sinto assim.
Velório. Sepultamento. Acabou.
"Eis um teste para saber se você terminou sua missão na Terra: se você está vivo, não terminou." (Richard Bach)
Então a missão dela terminou. É isso? Jornalista. Muitos planos. Só 29 anos. Uma carreira curta. Uma vida curta.
"Não podemos escolher como vamos morrer. Ou quando. Podemos somente decidir como vamos viver." (Joan Baez)
Ela sabia como queria viver. E decidiu como iria viver. Queria ser jornalista, e foi. Queria ser uma pessoa alegre, sorridente, amável. E foi. Queria conquistar respeito profissional. Conquistou. Queria ser amada. E foi. Queria ser reconhecida. E foi. E também foi para São Paulo, atrás de seus sonhos, de sua realização. Mas com certeza não escolheu ser atropelada por um ônibus, às 19h30 de uma terça-feira. Aos 29 anos.
"A vida e a morte são determinadas demais, por demais implacáveis para que sejam puramente acidentais." (Charles Chaplin)
Será? É assim? Simples assim?
É assim, sim. É simples assim, sim. E não vamos entender nunca o mistério da vida e da morte. Podemos apenas viver. Vida.
E a vida?E a vida o que é diga lá, meu irmão?Ela é a batida de um coração?Ela é uma doce ilusão?Mas e a vida?Ela é maravilha ou é sofrimento?Ela é alegria ou lamento?O que é, o que é meu irmão?
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu sempre optei por ficar com a pureza da resposta das crianças. Mas quando acontece alguma coisa assim, fico sem resposta alguma. E vida que segue....
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