Este foi um dos momentos mais marcantes e inesquecíveis de minha vida, não consigo nem descrever. Só quem estava lá pra sentir. E era muita gente, muita gente mesmo.
Lançamento do primeiro grupo de chorinho regional de Resende, o Grupo de Choro Nós Nas Cordas. Dia 9 de Dezembro de 2004. Armazém lotado. Gente indo embora porque não havia mais onde colocar mesa. Um astral maravilhoso. Uma energia positiva que arrepiava todos os pelos do corpo. Adrenalina pura. Expectativa nas alturas. Ansiedade. Felicidade. Êxtase. O lançamento de um grupo de Choro regional. Primeiro na cidade. Romeu Aleixo no bandolim, João Paulo no violão sete cordas, Aldair no violão seis cordas, Moacyr no cavaquinho, Zeca na flauta e Flavio no Pandeiro. O Grupo Vera Cruz "batizou", abrindo o show. André Diniz testemunhou. Ele e mais de duzentas pessoas.Os dois grupos se juntaram no palco para tocar Noites Cariocas. Um espetáculo! O público delirou! Uma loucura de momento!Quando percebi, as lágrimas rolavam pelo meu rosto. Surgia, oficialmente, o Grupo de Choro Nós Nas Cordas.
Sonho de muitos anos, sonho de uma pessoa só. Sonho de Romeu Aleixo, o negão da foto. Professor de Bandolim, Cavaquinho, Violão e Guitarra. Instrumentista de altíssima qualidade. Amante do choro, do jazz, do blues e da verdadeira MPB.
Entrevistei Romeu em maio de 2003. Durante a entrevista fiquei sabendo sobre o seu desejo de montar um grupo de choro há muito tempo. Em setembro do mesmo ano voltamos a nos encontrar. Ele ainda não havia conseguido realizar o sonho. Ficamos amigos. Acompanhei sua peregrinação incansável. Até então, era somente ele, o saudoso Paulo Bota, uma figura ímpar, e Flavio, uma criatura pra lá de divertida. Ele no bandolim e no cavaquinho, Paulo no violão e Flávio no pandeiro. E eu ali, acompanhando tudo. Agora era sonho de dois.
Um dia, durante um show de MPB num bar da cidade, surgiu João Paulo, recém-chegado de São Paulo, amante do choro e do violão 7 cordas. Começava a formação do grupo. Aldair, aluno de violão de Romeu, se interessou pelo gênero e “devorou” chorinho. Logo estava no grupo também. Agora eram o bandolim e o cavaquinho, o violão sete cordas, dois violões e o pandeiro. Apareceu o flautista, o Zeca. Faltava alguém para o cavaco. Mas quem? Foram muitos testes, muitas tentativas. Nada. De repente, surge Moacyr, o Moa. Homem tranqüilo, parecia que nada o aborrecia. Agora já eram o bandolim, o cavaquinho, o sete cordas, a flauta, dois violões e o pandeiro. Moacyr foi morar em Rio das Ostras. Paulo Bota foi fazer uma roda de choro no céu. Aldair, que já era violonista do grupo, já havia começado as aulas de cavaquinho com Romeu. Assumiu o cavaco também. Ensaios. Rodas de choro. Sonho realizado. Sonho de um, que virou sonho de dois. Saudades.
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