domingo, 12 de outubro de 2008

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Reunião de emergentes pode ser "ponto de virada", diz Merrill Lynch
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK





Para economistas do banco americano Merrill Lynch, a reunião de países emergentes hoje, em Washington, poderá ser um "ponto de virada" na crise, em um momento em que essas nações "estão sendo testadas, pela primeira vez, como credores do mundo".




"Os papéis se inverteram. Os países emergentes, que antes eram os grandes causadores de problema no mundo, agora são os credores. Eles acumularam US$ 9 trilhões nos últimos anos para um dia chuvoso e agora esse dia chegou", disse Alex Patelis, chefe de economia internacional do banco, em videoconferência com jornalistas.



Participarão do encontro, na sede do Fundo Monetário Internacional, emergentes como Brasil, Índia, China, Turquia, Rússia e África do Sul, ao lado do G-7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo (EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, Alemanha, França e Itália).Patelis, que aposta que esses dólares ajudem a desafogar os países ricos, diz que se desfazer de reservas é um bom negócio para os bancos centrais de países em desenvolvimento. "O Brasil acumulou bilhões de dólares em reservas em câmbio forte [com real valorizado]. Na perspectiva do Banco Central brasileiro, é bom negócio vender dólares agora."




O economista Daniel Tenengauzer, também do Merrill Lynch, disse que estava "surpreso em como o Brasil demorou tanto para tomar atitudes sobre a crise, agindo depois de China, Índia e Rússia", mas que, após analisar melhor, entendeu a "cautela" das autoridades em intervir apenas quando havia percepção melhor de que efeitos a crise poderia ter localmente. Ambos dizem ver o Brasil em boa situação para atravessar a crise e, para Patelis, as atitudes do Banco Central brasileiro visarão "neutralizar" os efeitos antagônicos "da crise e da explosão do consumo doméstico", buscando um ponto de equilíbrio.




Para Patelis e Tenengauzer, o efeito de valorização mundial do dólar, bastante expressivo no Brasil, tenderá a se inverter após mais "duas ou três semanas" em alta. "Os bancos centrais foram extremamente agressivos na semana passada, mas leva algum tempo para que suas ações tenham impacto na economia", diz Tenengauzer.




http://www1. folha.uol. com.br/fsp/ dinheiro/ fi1110200817. htm
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