sábado, 17 de novembro de 2007

MENTIRAS...PRA QUE?

AGENCIA EFE


As mentiras fazem parte do desenvolvimento e da aprendizagem infantil, como estratégia para evitar castigos, obter recompensas, reforçar a independência dos pais ou criar um mundo interior. Mais adiante, passam a ser uma estratégia natural da comunicação humana, um "lubrificante" social.



Quando adultos, fazemos nossa leitura do mundo alterando a realidade e, às vezes, recorremos às mentiras como estratégia para obter, manter ou evitar algo.
Mas mentir se torna doentio quando se torna um hábito, quando a inverdade pode ser facilmente ser confrontada ou é dita sem motivo algum, e ainda quando se torna algo incontrolável, ainda que se tenha consciência do ato.


Segundo a psicóloga Marichu Hidalgo, antes de escolher entre a verdade ou a mentira, é bom pensar no custo psicoemocional de uma ou outra alternativa e analisar se não existe uma outra maneira de resolver esse impasse.
Além disso, é preciso ponderar as conseqüências da mentira, tanto para quem a conta como para quem é enganado. Quem conta uma inverdade, tem que mantê-la por muito tempo. E, muito provavelmente, terá que mentir para mais pessoas para esconder o primeiro embuste. Quanto mais complicada fica a sustentação de uma mentira, mais aumenta o risco de ela ser descoberta.

Por outro lado, a verdade é sempre mais vantajosa: "Dizer a verdade é muito mais simples: requer menos energia emocional, uma memória menos desenvolvida e costuma trazer menos complicações. Mentir requer lembrar o que se disse e a quem. Implica um estilo de vida muito trabalhoso".Além disso, quando se mente, convém se perguntar: de que fugimos, que conflito não somos capazes de enfrentar ou que necessidade se tenta satisfazer mentindo: uma necessidade de pertença, de apreço, de liberdade, de diversão?

Dizer mentiras com freqüência não é bom. Pior é o mentiroso passar a acreditar nelas.
Às vezes, o medo de sermos julgados ou rejeitados, de sofrermos ou fracassarmos, de não cumprirmos as nossas e as expectativas dos outros... Tudo isso pode nos levar a fazer leituras parciais da realidade, a ocultá-la ou a interpretá-la da nossa maneira. Ou ainda fazer com que reprimamos, inibamos ou escondamos certos aspectos de nossa forma de ser.

Segundo Hidalgo, quando alguém se auto-engana, "pensa ou diz coisas que não correspondem com a realidade, porque existem deficiências ou carências que a pessoa quer compensar": "Essa pessoa pode se referir a certas situações, qualidades, habilidades ou conquistas de forma exagerada, tirando-as de contexto ou mudando-as para que causem menos mal-estar".
No curto prazo, isso ameniza emoções como a frustração. Mas, quando a pessoa sistematicamente mascara ou exagera a realidade, então, sua frustração pode até impedir mudanças pessoais, já que só a mentira passa a fazê-lo se sentir bem.

Para a psicóloga, uma das melhores vacinas contra o auto-engano é "buscar atividades gratificantes". "Enriquecer a vida social e pessoal faz com que nos sintamos mais à vontade com nós mesmos, já que temos coisas positivas que nos enriquecem. Se a vida de uma pessoa é pobre em gratificações ou entediante, então ela inventará ou tratará de exagerar o que lhe acontece para não ter uma imagem tão negativa de si mesma".
Para fugir da auto-enganação, a especialista aconselha as pessoas a agirem de acordo com o que sentem e pensam, e não como gostariam que as coisas fossem.





"É preciso tempo para a descoberta de soluções e saídas reais a longo prazo que nos ajudem a enfrentar aquilo que agora dói e que é considerado insuperável".
Outro antídoto contra a auto-enganação é a renúncia à perfeição e a fazer tudo de forma magistral. "Esta atitude pode sacrificar experiências valiosas. Tendo-se consciência de que nada é muito bom ou ruim, ninguém se sentirá obrigado a atender às expectativas continuamente".


Por María Jesús Ribas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Jô Poetisa

Nice, miga!

É a mais pura verdade, a mentira é algo repugnante.

E tem mais, quem convive com a mentira, não é uma pessoa verdadeira, e com o agravante de afastar todos ao seu redor, porque jamais podemos enganar os outros o tempo todo, demora, mais a mácara cai, e o "pobre diabo" fica sem reação, ou então, cai em profunda depressão...

Por isso agradeço por ser quem sou, jamais me escondo atrás de mentiras ou da ilusão. Porque quem vive a vida mentindo, é alguém que não assume a sua condição de ser quem é...

Doce beijo na alma!