quinta-feira, 26 de julho de 2007

ELEGÂNCIA


Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.







É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.







É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.








É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.







É possível detectá-la em pessoas pontuais.







Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.







Oferecer flores é sempre elegante.







É elegante não ficar espaçoso demais.







É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer...







É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.







É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.







É elegante retribuir carinho e solidariedade.







É elegante o silêncio, diante de uma rejeição....






Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.






É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens...





Abrir a porta para alguém? É muito elegante. Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante. Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...







Oferecer ajuda? Muito elegante. Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.







Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.







A saída é desenvolver em si mesma a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".







Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.




Educação enferruja por falta de uso.







E, detalhe: não é frescura.

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