Além da economia, a saúde é um problemão para os americanos. Quem não tem seguro de saúde pode ir à falência nos Estados Unidos. Quando a filha de Eri Garcia teve tuberculose, o primeiro pensamento foi: "De onde eu tiraria R$ 20 mil para pagar pelo tratamento?" , perguntou. Desempregado e sem plano de saúde, Eri Garcia foi ajudado por uma instituição filantrópica no Bronx, em Nova York, que encaminha famílias pobres para os hospitais particulares.
Ao contrário do Brasil, nos Estados Unidos não existe uma rede pública de saúde. O governo federal financia atendimento apenas para idosos acima de 65 anos e deficientes físicos.
Os estados oferecem atendimento gratuito para mães e filhos pequenos que vivam com renda anual até o equivalente a R$ 40 mil e são poucos hospitais públicos.
A política de atendimento hospitalar nos Estados Unidos não recusa paciente, mesmo que ele não tenha plano de saúde. O governo paga, mas cobra em seguida. No país da medicina considerada uma das mais caras do mundo, onde 45 milhões de pessoas não têm qualquer tipo de cobertura, isso significa falência para muitas famílias.
Ao todo, 57 milhões de americanos têm dívidas com saúde, como Peggy Cherry, que se endividou para tratar um câncer. "Num momento desses, a gente não devia se preocupar se a família vai falir", diz ela.
Um dos desafios do próximo governo é reduzir os gastos com saúde, que chegam a US$ 700 bilhões por ano, e ampliar o atendimento. Barack Obama promete assistência para todos mantendo o seguro privado, com ajuda do governo. Já John McCain sugere um crédito de saúde de US$ 5 mil dólares por família.
A especialista em saúde pública Ruth Filkstein diz que as pessoas estão muito insatisfeitas. "Elas se afastaram dos médicos e o número de pessoas com doenças crônicas aumentou. Eu quero que as pessoas desse país sejam mais saudáveis e espero que a gente invista nisso", conclui.
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