Tudo bem que como Salgueirense posso até ser suspeita. Mas tenho certeza que quase todos os leitores - salgueirenses ou não - que estavam no Sambódromo do Rio ou que viram o desfile pela TV devem concordar comigo. A escola tijucana estava lindíssima, sem dúvida. A alegria dos quase quatro mil componentes era contagiante. Percebem que eu escrevi “quase quatro mil”? Sim, porque não estou contando com os integrantes que tentaram desesperadamente resolver os problemas dos gigantescos carros alegóricos criados por Renato Lage e sua digníssima esposa.
A pergunta que me fiz durante todo o desfile do Salgueiro, principalmente durante a agonia que se instalou nos torcedores e nos componentes da escola com os problemas apresentados pelos carros imensos, foi a seguinte: cadê os carnavalescos da escola para orientar o pessoal? Em momento algum vi repórteres da TV Globo, única emissora a transmitir o maior espetáculo da terra para o Brasil e mais 115 países - como faziam questão de divulgar a todo momento para os espectadores – entrevistando Renato e Márcia Lage sobre os problemas com os carros. Nem sequer foram filmados. Eu não vi. Tudo bem que seria difícil entrevistá-los com aquela situação toda, mas, pelo menos, filmá-los trabalhando para solucionar os problemas seria possível. Ou não? Vi Paulo Barros (Unidos da Tijuca), Roberto Szaniecki (Portela), Alex de Souza (União da Ilha), Cid Carvalho (Mocidade), Laíla (Beija flor), enfim. Só não vi os carnavalescos do Salgueiro.
Será que o casal responsável pelo carnaval do Salgueiro vai comparecer à apuração na tarde desta quarta-feira de cinzas no Sambódromo? Eu gostaria muito de ouvir explicações sobre o que aconteceu com aqueles carros. Eu e, suponho, a torcida do Salgueiro. Quero muito acreditar que ficou alguma lição nisso tudo. Para que criar carros alegóricos gigantescos como aqueles? Desnecessário. Megalomaníacos? Necessidade de provar que são superiores? Mas, em que? A única coisa que conseguiram provar foi que sua megalomania teve um preço. E quem pagou foram os integrantes e a torcida da escola.
Lamentável. Eu gostaria muito de ver minha escola campeã em 2011, mas sei que isso é praticamente impossível. Agora, é se preparar para 2012. Saudades do Fernando Pamplona...Taí uma sugestão: por que não fazer um carnaval mostrando todo o trabalho de Fernando Pamplona no Salgueiro?
1960
Campeã, com o enredo Quilombo dos Palmares
1961
Vice, com Vida e Obra de Aleijadinho
1963
Campeã, com Xica da Silva
1964
Vice, com Chico-Rei
1965
Campeã, com História do Carnaval Carioca – Eneida
1969
Campeã, com Bahia de Todos os Deuses
1970
Campeã, com Praça Onze – Carioca da Gema
1971
Campeã, com Festa para um Rei Negro
Os anos que não aparecem aqui, entre 60 e 71, conquistaram do terceiro ao quinto lugares, inclusive com outros carnavalescos. Vale lembrar que Rosa Magalhães, Maria Augusta, Joãozinho Trinta e até mesmo Renato Lage, entre outros, foram seus pupilos. Fernando Pamplona foi o mestre de muitos carnavalescos. Um visionário, um revolucionário, um inovador. Para mim, o maior de todos os carnavalescos.
3 comentários:
Então... lá estava eu, portelense doente e desesperada com toda a confusão so Salgueiro. A Escola estava linda! Maravilhosa! Foi uma pena... Mas é assim mesmo amiga, carnaval é como futebol: a gente soooooofre! rsrsrsrs
Bjão
rs..Pois é Regina. Ainda bem que ficamos em quinto lugar!!! rs...Ô sofrimento! Saudades.
bjs
Nice Pinheiro
rs..Pois é Regina. Ainda bem que ficamos em quinto lugar!!! rs...Ô sofrimento! Saudades.
bjs
Nice Pinheiro
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