PUNINDO A EDUCAÇÃO

A polêmica Lei da Palmada foi aprovada por unanimidade na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Multa entre três a 20 salários mínimos poderá ser aplicada aos médicos, professores e agentes públicos que tiverem conhecimento dos “castigos físicos” -inclusive palmadas - e não denunciarem.

Os pais ou responsáveis que maltratarem os filhos terão que frequentar cursos de orientação e fazer tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de advertência e risco de perder a guarda dos filhos e o direito de contato em caso de reincidência. Mas o texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

Acho engraçado isso. Agora o governo quer dizer como os pais devem educar os filhos. Sim, porque uma palmada na hora certa é educação, sim. É a falta de limites e a ausência de valores e princípios que dão origem à violência e à delinquência juvenil. É por essas e outras que as crianças estão batendo nos adultos. E eles não fazem absolutamente nada, a não ser achar bonitinho: como ele é genioso, quando ele quer tem que dar, ele tem personalidade forte. Ora, me poupe! Vira e mexe me deparo com uma cena assim. É criança batendo em mãe, em tio, em avó! Deprimente e revoltante.

Então, já que os deputados e senadores não têm mais o que fazer e por isso resolveram impor regras para os pais educarem seus filhos, que tal fazer o serviço completo? Sim, uma lei que realmente proteja as crianças, impedindo que a omissão, a permissividade e a falta de responsabilidade dos pais transformem seus filhos em verdadeiros marginais, monstrinhos da sociedade.

Por que não punir os pais de jovens que agridem os professores, que desrespeitam e maltratam os idosos? Por que não punir com severidade os pais de jovens delinqüentes que destroem os patrimônios público e privado? Por que não punir com severidade os pais dos jovens que bebem, se drogam e saem por aí roubando, assaltando, matando, estuprando? Será que esses jovens fazem tudo isso por que apanharam, por que levaram umas palmadas? Ou será que eles são assim por terem sido criados de forma permissiva, sem limites, sem valores, sem firmeza. Sem pulso, como dizem os mais velhos. Pois é, se é para intervir na educação que os pais dão aos seus filhos, que façam o serviço completo e direito.