sábado, 4 de agosto de 2007

O TEXTO QUE LEVOU A OUTRO TEXTO...

Acabei de ler um texto do Eduardo Góis. Os Amigos de Verdade. Impossível não me lembrar de Mary Dutra, minha melhor amiga. Impossível não resistir à tentação de escrever sobre o assunto. Impossível deter meus dedos, ávidos para chegarem ao teclado. As frases entre aspas são do texto de Eduardo.


“..... como os amigos são importantes na vida das pessoas. Principalmente em casos onde a amizade ocorre pra preencher espaços vazios relacionados ao convívio com a família. Seja por estar longe ou pela correria desses tempos modernos”.


Somos uma pela outra. Inclusive com nossas filhas. Quase sempre vamos juntas para o trabalho. Tomamos café no mesmo bar e seguimos nosso rumo. À noite, nos encontramos na casa dela. Está frio? Uma sopa, bem quentinha. Calor? Uma bela salada. Às vezes um lanche, outras vezes, uma pizza. Sempre acompanhadas pela filha dela, Ana Luíza, e o namorado, Junior. Ela é do Sul e eu, do Rio de Janeiro. Família longe. Ela no terceiro andar e eu no sétimo. Sem contar o interfone e o celular. Quando sinto carência de filha, Ana Luiza entra em cena...rsrsrs.




Mary Dutra, Ana Luíza, Junior e Telmo Valente..."Bota fora" do Telmo


“A amizade, quando verdadeira e intensa, é maior que um namoro ou casamento, porque dura mais, hoje em dia.”


Nossa amizade dura mais do que nossos relacionamentos duraram. Somos amigas há oito anos...rsrsrsrs.

“Quem ler isto pensa que estou descontente com a família... Sou muito grato, porém estou longe. Quem me conforta nesse momento? São eles, os amigos, mas não todos, só os amigos irmãos, os quais, hoje, não consigo diferenciar dos meus irmãos de sangue.”

Pois é. Quando estamos doentes, tristes ou alegres. Quando estamos nervosas, ela com TPM ou eu com “ataque de pelanca”. Quando estamos deprimidas ou p**** da vida. Quando temos problema no trabalho ou com as filhas, mesmo a minha morando longe. Detalhe: nossas filhas são do mesmo signo. Gêmeos. Se fossem irmãs de sangue não se pareceriam tanto! Minha filha liga do Rio de Janeiro pra conversar com ela. A filha dela conversa comigo. Ela dá colo pra minha filha. Eu dou colo pra filha dela. Estamos sempre ali, uma ao lado da outra, para o que der e vier.



Mary e minha filha, Priscilla


“Sou um desses que valorizam a união, o amor entre as pessoas, as demonstrações de carinho e afeto, uma resposta não para o próprio bem e até os puxões de orelha nas horas de erratas.”

Nós duas somos assim. Já fomos muito duras uma com a outra quando foi preciso, mas nunca brigamos ou discutimos. Há três semanas mais ou menos, quando estávamos no carro dela, indo para o trabalho, levei um p*** puxão de orelha. Ela estava mais do que certa. E me senti grata pela sinceridade e pela amizade dela. Somos amigas de verdade, por isso não passamos as mãos na cabeça da outra. Falamos o que precisa ser dito e nenhuma de nós fica magoada ou chateada.



“Uma boa amizade é legal, mesmo, quando um tem algo a acrescentar na vida do outro. Isso faz com que a vida das pessoas se complete, faz a gente se sentir bem, com espírito leve, mais disposição pra enfrentar a vida, mais equilíbrio.”

É verdade. Só de sabermos que podemos contar uma com a outra, em qualquer situação! São os conselhos e os segredos trocados. Os ombros, os ouvidos e as mãos, sempre à disposição. A paciência e a transparência, sempre presentes. A vida fica mais fácil de ser vivida.


“Quem não tem ninguém pra ser aquela mão que o leva pra frente não tem nada. É sozinho no mundo e infeliz. Amizades que tenham explicações diferentes dessa não são amizades, e sim, superficialidade, fingimento ou até falsidade. São como um copo descartável, que você usa uma vez, quando precisa, e joga fora.”

Então. Deve ser muito triste não ter ninguém para quem você possa contar segredos, coisas legais ou ruins que aconteceram durante o dia, ou para falar sobre a surpresa que você vai fazer para o amor da sua vida! Alguém para quem você possa pedir um conselho. Alguém que te peça um conselho. Alguém que precise de você e saiba que pode contar com você. Alguém com quem você saiba que pode contar. Você já teve algum “amigo” que só aparece quando precisa de algum favor ou de alguém que o escute? Pois é. Eu já. Ela também.

“Amigo é aquele que você aprende a amar aturando os defeitos, que se gosta sem interesse, alguém que se torna indispensável e, acima de tudo, que você ame como um irmão.”

Tem coisa em mim que ela detesta. Tem coisas nela que eu detesto. O que fazemos com isso? Debochamos uma da outra, com muito bom humor. Tem coisas em mim que ela valoriza. Tem coisas nela que eu valorizo. Para mim, Mary Dutra não é só uma irmã. É uma família inteira!

“Hoje, eu sou feliz, pois tenho amigos que são como irmãos, que posso confiar, contar segredos e que me defendem como um pai e uma mãe, que me dão força pra continuar naqueles dias que a gente se sente como se nada mais valesse a pena.”

Eu também Eduardo. Também me considero uma pessoa feliz. É justamente nesses dias, em que a gente se sente como se nada mais valesse a pena, que podemos perceber os amigos. E, nesses nossos dias, estamos sempre uma com a outra, dando força, pegando pela mão e, se preciso for, colocando no colo. Pois é Eduardo, somos abençoados, não é? Temos amigos de verdade e somos amigos de verdade!




Eu, Mary e Telmo


Outro dia, enquanto fazíamos compras no supermercado, vimos duas senhoras. Cabeças brancas, passos curtos, olhinhos franzidos por detrás dos óculos, num esforço quase que inútil para enxergar o preço do produto. Mary olhou pra mim, sorriu aquele sorrisão largo, fez aquela cara que só ela sabe fazer e disse: olha o nosso futuro, ai meu Deus! Nós duas, velhinhas. E juntas, fazendo compras no supermercado ou então no sofá lá de casa contando...dois pra lá, dois pra cá...(isso é tricô gente). Minha resposta? Uma sonora gargalhada, é claro! É muito boba mesmo. E me faz gargalhar muito! Sempre.

Grande Mary Dutra! Um espetáculo de amiga! Amém.

3 comentários:

Edna Silva disse...

Nice,
Tem um pensamento que diz: "Quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro!"
Parabéns...
Um beijo enorme!
Edna Cristina Silva

Unknown disse...

"Viver é afinar um instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro..."
Penso que amigos são assim, afinam seus instrumentos. Devemos mesmo servir de diapasão um do outro.
O texto de Nice me dá muita responsabilidade, nem sei se sou tudo isso que ela diz porém, fico grata e lisougiada por tantos adjetivos que me foram dados. Só posso agora continuar sendo o que sempre fui como ela e com os outros- VERDADEIRA.
Mary Dutra

Unknown disse...

"Viver é afinar um instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro, a toda hora, a todo momento..."
Penso que amigos são assim, como um diapasão, afinam e se afinam.
O texto de Nice me dá muita responsabilidade, nem sei se sou tudo o que ela diz e só posso agora comprometer-me a continuar sendo o que sempre fui-VERDADEIRA.
Mary Dutra.