quinta-feira, 9 de junho de 2016

CARTA ABERTA

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM EXERCÍCIO, MINISTROS E CONGRESSO BRASILEIRO

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Senhores Ministros, Senadores e Deputados Federais,

Meu nome é Nicemar Pinheiro. Sou uma cidadã brasileira de 59 anos, servidora pública municipal concursada há 18 anos, divorciada, e tenho uma filha de 36 anos. Sou graduada em Gestão Pública e pós-graduada em Gestão Sustentável do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Comecei a trabalhar com carteira assinada aos 15 anos, mas fiquei alguns anos intercalados sem trabalhar. O salário que recebo como servidora pública municipal é irrisório, mal daria para eu pagar os remédios ao ficar idosa. Sendo assim, opto por continuar trabalhando até a aposentadoria compulsória, aos 75. Pois é. Agora que já me apresentei e entrei com a dica, vamos ao assunto que interessa: aposentadoria, REFORMA PREVIDENCIÁRIA.

Não sou contra a bendita reforma previdenciária, concordo que a população está vivendo mais. Mas é preciso que vivam melhor também, certo? Sendo assim, proponho algumas atitudes antes das reformas que os nobres políticos programaram para os trabalhadores brasileiros. Vamos falar um pouco da reforma previdenciária e de outras reformas necessárias no mundo surreal em que vocês vivem? Então, vejamos:

- Fim da aposentadoria aos oito anos de mandato;

- Idade mínima e tempo de serviço para aposentadoria idêntica a dos trabalhadores;

-Fim da aposentadoria vitalícia para ex-presidentes e outros ex;

- Fim das ajudas de custo aos ex-presidentes da República, como carros, motoristas, combustível, auxiliares, seguranças e etc. E aos ex-governadores e ex, ex, ex...;

- Fim dos cartões corporativos;

- Fim das ajudas de custo para ministros, senadores, deputados federais e estaduais, governadores, prefeitos e vereadores (auxílio moradia, cotão, cota postal e telefônica, combustível à vontade, passagens aéreas e até mesmo verba para comprar ternos!!!);

- Fim dos 14º e 15º salários.

O Excelentíssimo Senhor Presidente da República, os Senhores Ministros, Senadores e Deputados Federais têm noção do quanto seria economizado com essas medidas? Os senhores têm noção do quanto esse dinheiro seria útil ao povo brasileiro? Nós sabemos que sim.

Essas deveriam ser as primeiras providências adotadas pelo governo, independentemente de partido, até mesmo por uma questão de justiça, de ética, de vergonha.

Há que se colocar um fim ao vício que os políticos brasileiros têm em aumentar seus privilégios e salários e sacrificar os trabalhadores. Acredito que essa atitude gere até mesmo um prazer imensurável em alguns políticos mais sádicos.

Após essas medidas, aí sim, será justo colocar em prática a reforma previdenciária dos trabalhadores tupiniquins, meros mortais. Trabalhadores brasileiros, os verdadeiros heróis nacionais que carregam o país nas costas e que sustentam as mordomias absurdas na e da política. Mas se as medidas sugeridas acima fossem adotadas a reforma previdenciária seria bem menos impactante para os trabalhadores. Imagina sem a corrupção no INSS! Seria desnecessária, não é?

Agora vamos partir para outra questão, a dos impostos. Antes de aumentar os impostos dos trabalhadores, que tal acabar com a isenção de impostos para igrejas, independentemente de religião? Já temos que trabalhar cerca de seis meses somente para pagar impostos. Não está bom? Passem a cobrar impostos das igrejas, pois  elas faturam milhões por ano!!!! Quanto uma Igreja Universal fatura num mês? Só num único mês? Pois é. Sabe quantos anos alguém que ganha salário mínimo precisa trabalhar para juntar o valor que uma igreja dessas recebe num único mês? É justo que paguemos (os trabalhadores brasileiros) tantos impostos e as igrejas sejam isentas?

São muitas as questões, mas não devo me alongar muito. Por último, vamos tratar da saúde. Quando vocês ficam doentes, correm para o Hospital Sírio-Libanês ou para o Instituto do Coração. Seus planos de saúde e de suas famílias são os melhores e mais caros do mercado. Para nós, meros trabalhadores, restam a sucata do SUS – Sistema Único de Saúde ou comprometermos boa parte do salário num plano de saúde que nos garanta um atendimento, no mínimo, menos humilhante, mais humano e eficiente. É justo isso?

Sei que estou perdendo meu tempo escrevendo isso. Sei que esse texto não chegará às mãos do presidente em exercício, dos ministros, senadores e deputados federais. E acredito que muitos teriam ataques de riso ao lerem o que está escrito aqui, em meio a deboches, risadas sarcásticas e até mesmo alguns palavrões. Mas eu fico muito tranquila.

Eu posso me dar ao luxo de colocar minha cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente, sem medo de acordar com um agente federal batendo à minha porta para me escoltar até um juiz para prestar depoimento ou para me levar à cadeia. Eu posso andar pelas ruas, viajar de avião ou entrar em qualquer restaurante sem medo de ser vaiada rechaçada, agredida verbalmente. Eu posso. Todos os trabalhadores brasileiros honestos podem. Será que os políticos capazes de gargalhar ao ler esse texto têm esse privilégio?




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