quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

SEDUÇÃO...

por Nice Pinheiro



Era uma dança sensual. Seu corpo estava bem próximo ao meu. Podia sentir seu cheiro. O suor escorria pelo rosto. Por um momento sua perna ficou entre as minhas. Suas mãos entrelaçaram minha cintura e me puxaram com firmeza contra seu corpo. Sua mão em minha nuca direcionou meu rosto contra o seu. Seus lábios apenas roçaram os meus.













Todos os meus sentidos estavam em alerta máximo. Estava claro que suas intenções eram impelir-me ao máximo do desejo. Sorri maliciosamente, aceitando aquele jogo de sedução. Minha atitude provocou ainda mais seus instintos.








Podia sentir sua respiração e o pulsar do seu coração. Seus dedos puxaram levemente meus cabelos, inclinando minha cabeça. Sua língua, quente e ágil, deslizava em meu pescoço.








Um rápido giro e ele estava por trás de mim, cruzando nossos braços à frente de meus seios. Em nenhum momento paramos de dançar. Uma dança de desejo. Os olhos fechados revelavam o óbvio. Outro rápido giro e me encontrava novamente à sua frente. Corpos colados.











Suas mãos entre meus curtos cabelos levaram meu rosto contra o seu. Os olhares se cruzaram. Nossas bocas se uniram em longo e obsceno beijo, repleto de desejo. E outro. E outro. A temperatura de nossos corpos, os arrepios, o gosto, o cheiro. E o desejo se fez incontrolável. Cedemos. E me fiz completamente submissa.














Sua língua percorreu meu corpo por inteiro, proporcionando um prazer que nunca havia experimentado. Suas mãos incansáveis, numa busca frenética e sem limites, exploraram todo meu ser. Boca, língua e mãos, tudo ao mesmo tempo. Era enlouquecedor. Alucinante. Nada no mundo poderia substituir o que eu sentia naquele momento. Eu, que acreditava conhecer todas as sensações do prazer a dois. Ele me mostrou que ainda faltava alguma coisa. E ainda faltava alguém para me levar ao auge do prazer. E me degustou inteira, saboreando e sorvendo cada gota de meus vários e intensos orgasmos. Bebeu meu suor e desvendou todos os sabores do meu corpo.













Meus lábios pronunciavam frases obscenas e pedidos indecorosos que revelavam desejos devassos. Plenamente indecentes e insanos. Todos satisfeitos.








Exaustos, ficamos prostrados sobre os lençóis molhados de suor e gozo. Nossos corpos suados e enfraquecidos pelo prazer, exalavam o cheiro do despudor e da intensidade selvagem de nosso primeiro encontro. E me descobri mais mulher do que nunca.













Posso ser doce e gentil ou amarga e rude

Posso ser inteligente e perspicaz ou me fazer de desentendida e ingênua

Posso ser brisa suave ou tempestade

Posso ser calmaria ou turbulência


Posso ser fada ou feiticeira



Posso ser fogo ou água



Posso ser sussurro ou grito



Posso ser silêncio ou ruído



Posso ser sim ou não


Posso ser equilibrada ou impetuosa

Posso tentar ou desistir



Posso falar ou calar



Posso ser sorriso singelo ou sarcástico



Posso ser emoção ou razão



Posso ser ousada ou tímida



Posso ser adulta ou criança



Posso ser sedutora ou indiferente



Posso ser mansa ou feroz



Posso ser elegante ou vulgar



Posso ser carinho ou coito



Posso ser dama ou meretriz



Posso ser ativa ou passiva



Posso ser feminino ou masculino



Posso ser amor e candura

Posso ser paixão e tesão



Posso ser o que quiser, lado A ou lado B



Sou fêmea, sou mulher


Sou o que quiser, como te couber.













Nice Pinheiro



























































































































































Um comentário:

Jô Poetisa disse...

Maravilha!...

Momentos intensos, sem razão, sem medo, sem pudor...

Apenas desejo, tesão e a certeza de que merecemos todo esse momento... A SEDUÇÃO e a constatação de que estamos vivos.

Beijo!